domingo, 4 de dezembro de 2011

LIÇÕES DA VIDA

Desde os meus 22 anos de idade venho mudando sempre, morando e trabalhando em lugares diferentes, separados por muitos mil quilômetros, caminhando entre espinhos e relva. Tudo sempre na busca de melhoria e crescimento pessoal e profissional, tentando me encaixar, achar o meu lugar no mundo.
Em todas as vezes passei por dificuldades iniciais, frio na barriga pelo novo, recomeços sempre do zero, amigos e família para trás, amores que ficam e novos que se constroem.
Até hoje, por todos os lugares por onde passei construi um celeiro de conhecimento, bem abastecido, que sempre me serve quando preciso. Dei murros em ponta de faca, tropecei inúmeras vezes, mas levantei cada vez mais forte que antes. Dei voltas, errei, acertei... o certo é que cada experiência me levou a um caminho diferente; cada rumo me fez tomar escolhas que me levaram a outro destino, totalmente novo. Cada tempo, uma ponte.
Às vezes me pergunto se não teria sido melhor nunca ter saido, ter permanecido até hoja nas terras onde fui criada, ao lado de minha mãe, buscando acertar nossas divergências e diferenças de pensamento. Outras vezes olho para trás e percebo que cada passo, cada experiência serviu para lapidar um pouco de mim, e alisar a pedra bruta, tentando transformar-me em uma pedra mais pura, trabalhada e de mais valor. De certo aprendi muito.
Aprendi a ser mais tolerante com o erro dos outros; aprendi que preciso respeitar as diferenças; aprendi que preciso conviver pacificamente com o meu próximo, mesmo que este me cause desconforto; aprendi que preciso sempre levantar a cada tropeço, sem me importar se outros acharam minha queda engraçada ou ridícula; aprendi que preciso aceitar meu parceiro por quem ele é e pela forma como me faz sentir ao seu lado, não por sua aparência física ou posses; aprendi que preciso usar um tom de voz suave para chamar a atenção de alguém; que preciso dar de mim sem esperar em troca, porque quanto mais espero, mais me decepciono; aprendi a não confiar totalmente nem na minha sombra, pois muitas vezes a pessoa em quem mais confiamos é a primeira a nos trair e magoar profundamente; aprendi que um amor nasce de pequenas atitudes e que, entregar-se a ele ou não depende de nossas escolhas; aprendi também que, nem sempre escolhemos amar a pessoa certa e que a pessoa certa nem sempre nos aparece aos olhos do coração.
Aprendi que preciso sempre arregaçar as mangas e dar o sangue para fazer acontecer; que quando nos acomodamos por medo do que é novo perdemos ótimas oportunidades de crescimento; aprendi que é preciso ser raçudo e ter garra para vencer preconceitos e ganhar espaço; aprendi que muitas vezes preciso fazer algo que não me agrada para conseguir chegar onde quero; aprendi também que quando recebo uma tarefa que não gosto, preciso encontrar prazer nela, para fazer bem feito tudo o que me vier às mãos e que o trabalho mal feito sai mais caro.
Aprendi que é difícil falar sempre a verdade e que, quando algo doloroso precisa ser dito, precisamos escolher as melhores palavras e tom de voz adequado para que a ferida não abra mais; aprendi que nem sempre o que eu quero é o mais viável, e que o viável nem sempre me dá prazer e contentamento. Aprendi que, muitas vezes, para não criar atrito e mais mágoas, preciso fingir de cega, muda e surda e pintar com minha imaginação uma tela que está em preto e branco.
Aprendi também que é muito difícil fingir não ver uma imagem que está no escuro, com luzes em neon piscando e ofuscando a visão e que, ainda assim, te dizem que ela não existe, é fruto de sua imaginação.
Ainda preciso encontrar meu lugar ao sol e, para isso, usarei o que aprendi ao longo da  vida, mesmo que demore e eu precise padecer um pouco mais. O que importa realmente é alcançar  o objetivo final.


Janaina.

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